Dezembro é um mês especial no calendário cristão. O mês do Advento. Comemora-se o nascimento e vinda de Jesus. É um tempo bonito se o vivêssemos com a simplicidade da mensagem da palavra de Deus. Segundo ouvi hoje na missa é o tempo oportuno para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida… (isto é só para verem como eu hoje estive atenta na Missa!!)
Pois é, Dezembro é o mês do Natal – ou melhor do consumo!
Perdoem-me a sinceridade, mas para mim o Natal é a festa dos 3 F’s. Festa da família, festa da fartura e festa da falsidade.
Este ano não me apetece comemorar o Natal. Nesta altura do ano lembramo-nos todos de sermos muito amigos uns dos outros, rasgamos sorrisos, oferecemos prendas…
No resto do ano, não nos lembramos do pessoal, queremos que eles “vão dar uma volta ao bilhar grande”, e se os pudermos lixar, também o fazemos…
Detesto falsidades. E vocês sabem muito bem como sou sincera – ou penso que sabem – estão sempre a chamar-me má! – pois, pois, porque ser sincero é ser mau!
Mas voltando ao meu propósito, que eram as cartas ao Pai Natal. Hoje não há criança que se preze que não escreva ao Pai Natal. Nunca escrevi ao Pai Natal! Eu ainda sou do tempo em que era o menino Jesus que nos fazia uma pequena visita. Decidi, por isso, escrever ao senhor das barbas brancas. Apanhei numa folha e numa caneta e escrevi
“Querido Pai Natal,
Sou a Tigresa Fora da Lei, e quero pedir-te, nesta quadra de amor e fraternidade, que me tragas dessas terras distantes….”
e nada mais me saiu. Dei voltas e mais voltas à cabeça para decidir o que pedir ao senhor da Lapónia. Sapatos? – não!; carteiras? – não!; casacos? – também não!; uma viagem? – não, nada disso!
Como é difícil escrever cartas ao Pai Natal!
Por fim, escrevi apenas uma coisa. Ah, ah, mas não vos digo! É segredo! Para que em sorte me seja concedido.