
Há já muitos anos vi um programa de televisão sobre os cavalos-marinhos. Fiquei a admirar aqueles animaizinhos tão giros, pequeninos e coerentes. Ao ponto de muitas vezes me identificar com eles. Só pelo simples facto de serem fieis. A reportagem mostrava como o macho escolhia a sua fêmea e acasalava, durante toda a sua vida, apenas com ela. Mesmo sendo “assediado” não traia a sua companheira. Isso, para mim, é causa de grande admiração!
Não é fácil ser fiel. É tanta a oferta! Penso que concordam comigo. Além do mais todos somos humanos, por isso falíveis. A tentação é difícil de segurar. E não me refiro apenas a fidelidade entre homem e mulher. Também me refiro a princípios, ideais, objectivos….
Mas eu tenho a mania de ser fiel às coisas e às pessoas. O que me tem trazido grandes dissabores. Confio, embora nunca diga toda a verdade até perceber o grau de confiança que o outro/a me merece. Por isso mesmo tenho muitos conhecidos e poucos amigos. Até me chamam reservada!
Já sofri grandes traições e sei como reajo mal. O meu coração dilacera, morro por dentro e o visado/a deixa de existir para mim. E ponto final. O pior é que o meu tempo de recuperação é bastante alargado e muito sofrido.
Às vezes penso que não devia ser tão radical. Mas não consigo evitar ser assim.
Em vez de viver no mundo dos tigres gostava imenso de viver no mundo salgado dos cavalos-marinhos.
Bom, mas também gosto imenso de correr riscos. Ou não fosse eu Fora de Lei!