domingo, março 12, 2006

Perdoar mas não esquecer

A semana que terminou ontem foi arrasadora para mim. As minhas queridas tigresas nem se aperceberam (é este meu hábito de esconder só para mim tudo o que vou vivendo e sentido).
Passei da euforia para o desalento e do desalento para a euforia com uma rapidez tal que me consumi em malabarismos sentimentais.....
Pergunto: podemos gostar de várias pessoas ao mesmo tempo?
Respondo: Sim. Cada qual de sua maneira.
Como: por um gesto, pelo apoio, pelo desejo, pela inteligência, pela cumplicidade, pela simpatia, pela amizade, pelo hábito, pela quimica, porque sim.... ou porque não!

Vamos lá a factos concretos. Como é sabido muitos dos meus clientes gostaríam de me levar para a cama! Eu, confesso, sou fora da lei, mas nem tanto! Conservo a minha integridade acima de tudo! Até porque o meu interesse por um elemento de um dos órgãos de soberania é bem conhecido!
Mas desta vez balancei!
Com surpresa vi uma mensagem escrita no telemóvel. O convite surgiu como um desabafo: preciso de companhia, preciso de sol, preciso conversar. O meu instinto de fora da lei veio logo ao de cima! - fugir em tempo laboral, para dar um passeio com alguém tão interessante, era o máximo! E mais não conto!

A meio da semana encontrei um ex-namorado que me dizia ter para me oferecer um anel para o dedo mindinho, e que eu nunca acreditei ser verdade! Mas era! Cá está ele no meu dedo! Achei o design fabuloso, lindo, fiquei tão entusiasmada que espetei um beijo na boca do rapaz!

Também não posso passar sem as conversas diárias no Skype, à noite

O pior de tudo aconteceu quando soube que alguém de quem gostei muito ia casar! Isso é que foi mau! Nem queria acreditar! numa sexta-feira, às 7 da tarde com convidados que nem sequer são amigos! Fiquei banzando. Tinha esse pressentimento há muito tempo, mas não queria dar-lhe atenção, nem colocar essa hipótese. Mas agora era um facto. Perda total.
O poeta diz : o coração perdoa mas a memória não esquece. Mas como é que o coração perdoa se não esqueceu? Não perdoa!, coloca à parte, num canto escondido. Um filósofo de quem não lembro o nome diz: não se perdoa o imperdoável. Só Deus tem a capacidade de perdoar. nós tentamos esquecer, mas fica sempre a mágoa, um sentimento de perda, a resignação.

A minha confusão era tal, que me interrogava a mim mesma: afinal o que é que eu penso sobre tudo isto, onde estás no meio desta confusão toda, tigresa fora da lei? Mágoas, tristesas, alegrias, perdas, desejos.... A resposta veio na sexta-feira, ao início da noite!

Uma voz poderosa disse-me: aquele gelado de figo tem bom aspecto! e eu provei o sabor da diferença.



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